Ex-ministro Gilson Machado deixa Cotel horas após ser detido no Recife
Machado teria atuado junto ao Consulado de Portugal no Recife, em maio de 2025, com o objetivo de facilitar a emissão de um aporte português para Mauro Cid
Publicado: 13/06/2025 às 22:37

Gilson Machado deixou o Cotel na noite desta sexta-feira (13) e foi recebido pelo advogado e por políticos (Foto: Crysli Viana/DP Foto)
O ex-ministro do Turismo e aliado de Jair Bolsonaro, Gilson Machado, foi solto na noite desta sexta-feira (13), após ter o alvará de soltura expedido pela Justiça. A soltura ocorreu menos de 12 horas após ele ser detido e levado para o Centro de Observação e Triagem Criminológica Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife.
“Minha relação com o Mauro Cid era profissional, eu era ministro de estado, ele era ajudante de ordem do presidente. E a gente sempre teve uma relação simples, normal, como sem protocolar”, afirmou Gilson Machado logo após sair do Cotel.
Gilson Machado foi detido pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira, no Recife, sob suspeita de envolvimento em uma tentativa de obtenção ilegal de aporte português para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e figura central em investigações contra o ex-presidente.
"Recebo com alívio a notícia da soltura do meu pai, Gilson Machado, ex-ministro do Turismo do Brasil. A decisão do Ministro Alexandre de Moraes, autorizada a pedido da Procuradoria-Geral da República, é uma resposta àqueles que sempre acreditaram na sua honestidade, na sua história e na sua vida dedicada ao nosso país”, afirmou o Gilson Machado Filho.
“O próprio ministro reconheceu que a prisão foi desnecessária. Entendo. Não foi em função de uma medida que nós entramos, nós falamos na audência de custódia e a própria Procuradora da República reconheceu que era indevida a prisão. Foi a própria Procuradora da República que disse que a prisão era desnecessária e pediu a revogação. Agora, não há que se falar em defesa. Ele não é acusado, ele é investigado. Então quando houver uma acusação, vai haver defesa”, destacou o advogado Célio Avelino.
Entenda o caso
Segundo a Polícia Federal, Machado teria atuado junto ao Consulado de Portugal no Recife, em maio de 2025, com o objetivo de facilitar a emissão de um aporte português para Mauro Cid. A medida seria uma estratégia para possibilitar a saída do tenente-coronel do território brasileiro.
As suspeitas foram reforçadas após a PF encontrar, no celular de Cid, arquivos indicando que ele buscava a cidadania portuguesa desde janeiro de 2023. Cid, que é delator em investigações sensíveis contra Jair Bolsonaro, também foi alvo de buscas nesta sexta-feira, em Brasília.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia solicitado, na última terça-feira (10), ao Supremo Tribunal Federal (STF), a abertura de uma investigação formal contra Gilson Machado.
Antes de ser preso, Machado alegou que sua ligação ao consulado português foi apenas para tentar agendar a renovação do aporte de seu pai.

